sexta-feira, abril 30, 2010

Exercício dos “Seres Imaginários”

Platônico


Uma mulher de cabelos negros e uma sensualidade inigualável, não totalmente humana, é uma mistura de égua com peixe. Por algum tempo era mais um animal do que o outro, mas agora é metade égua e metade peixe. Ela é perfeita, seus olhos brilham o tempo todo, seu pêlo é macio e envolvente para quem o toca. Ela esta há anos na família. Meus pais a pegaram na rua e até hoje vive aqui, mesmo depois da morte deles. Seu nome é Maria Cristina, mas só a chamo de Cris, é mais intimo. Gosto de estar perto dela. Faço tudo que pede; eu a amo e desejo a cada dia mais... O jeito dela me encanta, mas ela só me vê como irmão. Isso dificulta muito; ela já namorou, brigava demais com o namorado, ela vinha desabafar comigo, por muitas vezes falei para voltar com ele, com o coração na mão, não queria que ela fosse, mas como não quero perdê–la por desejos íntimos, continuo no zero com ela.
Quando vem algum parente nos visitar ela se pinta toda, mais do que de costume. As pessoas a adoram. Tenho uma tia que toda vez que vem aqui trás um presente pra ela e a Cris, que não é boba nem nada, só falta ajoelhar aos pés da tia para agradecer. Tendo tudo isso de bom também tem seus defeitos, nem tudo é perfeito; é uma pena, pois ela parece uma Deusa. A Cris é grosseira, grita, dá cada patada em mim, bate o pé. Estando certa ou não, quando essa mulher fica nervosa, nem deus pode! Acho que é a idade. O tempo passa e a pessoa vai ficando mais louca.
Embora aconteça isso tudo, sei que ainda a amarei para o resto da vida, sem nenhum êxito, pois animal é animal.



Por Alene Alves

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